{ reflexão semanal }

Newsletter nº39/2025

SERÁ QUE A LIDERANÇA ESTÁ SOBREVALORIZADA?

por Robert J. Tamasy

Se já está no mundo empresarial há algum de tempo — mesmo que sejam só poucos meses —, provavelmente já lhe pediram, encorajaram ou até ordenaram que participasse nalgum tipo de treino de liderança. Poderá ter sido uma reunião de uma hora, um workshop, um seminário e ou até mesmo uma conferência. Seja qual for o caso, a intenção era prepará-lo para se tornar um líder mais eficaz.

Mas já alguma vez pensou que a liderança — a tarefa de liderar — esteja talvez um pouco sobrevalorizada? Pergunto, pelo seguinte: contrariamente a liderar, quando é que foi a última vez que participou nalgum treino acerca de como seguir?

Brian Kight, consultor de negócios norte-americano, salientou isto recentemente ao afirmar nas redes sociais: «Não precisa de liderar; isso não é para todos. Isto não quer dizer que não possa dar uma maravilhosa contribuição. Uma equipa necessita de todos os papéis. A liderança é apenas um deles. Apaixone-se pelo papel que lhe pertence.»

O que Kight disse pode parecer estranho, mas é verdade. Não podemos todos ser líderes. Que diria de um exército em que todos fossem generais, mas ninguém fosse um soldado realmente em combate?

Há alguns anos, eu fazia parte de uma organização e apreciava muito o meu trabalho de escritor e editor. O meu título era «director de publicações», mas, como tinha uma equipa muito pequena, grande parte do trabalho quotidiano vinha parar a mim. E eu não tinha qualquer problema com isso.

Um dia, um executivo de topo da organização chamou-me ao escritório e perguntou-me: «Onde é que se vê no futuro, talvez daqui a cinco anos?” A minha resposta foi simples: via-me a fazer basicamente o que já fazia, dado que gostava muito do meu trabalho e que o achava realizador. Muitas pessoas elogiavam o meu trabalho e eu não via necessidade de fazer mudanças.

Não era que eu não tivesse ambição ou aspirações de alcançar novos objectivos. Eu simplesmente não sentia a necessidade de liderar outras pessoas. Em vez de delegar tarefas a outros indivíduos, preferia arregaçar as mangas e estar directamente envolvido em qualquer que fosse a publicação que tivéssemos de produzir naquele momento.

Como disse Kight, a responsabilidade de liderar «não é para todos». Muitas pessoas estão satisfeitas ao desempenhar as suas tarefas, quando compreendem que contribuem para um objectivo maior. Nas Escrituras, vemos isto exemplificado perfeitamente por Jesus Cristo. Ele foi o líder inquestionável; o que Ele queria eram seguidores fiéis e dedicados. Aqui estão algumas das coisas que a Bíblia diz sobre «seguir»:

Deixe o líder definir o ritmo. Ao reunir a sua equipa, Jesus procurou pessoas com visão, mas que também estivessem dispostas a segui-Lo. «Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens.» (Mateus 4:19).

Paga-se um preço por ser seguidor. Seguir nem sempre é fácil, nem mesmo um líder poderoso. Por vezes, implica fazer sacrifícios e estarmos dispostos a deixar de lado as nossas próprias ambições por um objectivo maior. «E dizia a todos: “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me.”» (Lucas 9:23).

Os melhores líderes também são bons seguidores. Um dos líderes mais destacados da igreja primitiva foi o apóstolo Paulo. Ele exercia grande influência, mas, mesmo assim, jamais se esqueceu d’Aquele a quem seguia, que lhe determinava o curso. «Sede meus imitadores, como também eu de Cristo.» (I Coríntios 11:1).

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«Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens.» (Mateus 4:19).

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