Há vários anos um amigo sugeriu-me uma fuga trimestral para um retiro a fim de fazer o planeamento de negócios. Ele disse que isso o tinha ajudado a não perder de vista os seus objetivos pessoais e da sua empresa. Sendo uma pessoa guiada por objetivos, levei a sua sugestão a sério e comecei a agir deessa forma. Encontrei tempo para me aquietar e desacelerar, reunir as minhas ideias e pensar mais claramente longe do barulho da minha casa e ambiente de trabalho.
Como Deus deve ter desejado, ao longo do tempo através da minha jornada espiritual e crescimento, aquele retiro trimestral passou a ter cada vez menos a ver com negócios e a ser cada vez mais o meu tempo para estar a sós com Deus. Ele é agora um dos mais importantes períodos espirituais da minha vida. Sem ele, descobri que minha saúde espiritual enfraquece.
Nós encontramos muitos precedentes desta situação nas Escrituras. Separar um tempo para estar só, desacelerar e escapar do barulho e do caos da vida diária era uma prática importante para a maior parte das pessoas que Deus usou para realizar os Seus propósitos. Até mesmo Jesus Cristo precisava desses momentos de quietude. “Tendo despedido a multidão, subiu sozinho a um monte para orar. Ao anoitecer, Ele estava ali sozinho.” (Mateus 14:23).
Momentos de quietude e de retiro eram importantes para o povo de Israel de diversas maneiras. Por exemplo, Salmos 46:1-3 inicia com estas palavras de confiança: “Deus é o nosso refúgio e a nossa fortaleza, auxílio sempre presente na adversidade. Por isso não temeremos, ainda que a terra trema e os montes afundem no coração do mar, ainda que rujam as suas águas turbulentas e os montes sejam sacudidos pela sua fúria.” Isso não soa como aquilo que algumas vezes se passa com a sua vida?
Quase ao final do Salmo, ao invés de nos exortar “levanta-te e faz alguma coisa!”, é-nos dito exatamente o oposto: “Parem de lutar! Saibam que Eu sou Deus! Serei exaltado entre as nações, serei exaltado na terra.” (Salmos 46:10). No meio do turbilhão, nós ainda podemos experimentar paz e aquietarmo-nos quando concentramos o foco em Deus.
Pensando acerca das minhas experiências durante aqueles retiros, dei-me conta do quanto elas refletem a minha jornada espiritual e crescimento rumo a uma vida de intimidade com Jesus. Aqui estão dois pontos importantes que aprendi:
1. Eu preciso fugir frequentemente do tumulto da minha vida diária e ir para mais perto de Deus para ouvir o que Ele tem para me dizer.
2. Mesmo quando a vida parece estar a correr do modo certo (segundo a definição da minha mente humana limitada e falível), Deus tem alguma coisa guardada para mim que é melhor do que eu posso imaginar. Ele ama-me e o Seu plano para a minha vida, embora seja possivelmente bem diferente da minha vida atual, será muito feliz.
Eu geralmente pergunto a pessoas bem sucedidas, sejam elas seguidoras de Jesus ou não, como classificam a qualidade das suas vidas numa escala de 1 a 5. Não apenas em termos de finanças, mas de modo geral: ”Quão boa é vida para si?” A maioria diz estar bem e que a sua vida está “em torno de 4 na escala”. Agora imagine que a escala sobe para 10. Como se sente ao saber que existe um outro nível de completa alegria, paz e realização disponível para si e de que nem tinha consciência?
Na próxima semana, na sequência deste tema, serão apresentadas algumas sugestões práticas sobre como tirar proveito do valor de passar um tempo sozinho, com base nos passos simples que descobri serem de ajuda no meu próprio desejo de diminuir o ritmo e encontrar algum tempo de quietude para pensar, planear e refletir.
Na Próxima semana há mais!