Nossa “zona de conforto” individual é identificada através de ações, pensamentos, conceitos e comportamentos específicos, que se transformam em um hábito permanente. A zona de conforto traz os benefícios da harmonia, sem medo, ansiedade ou riscos. Entretanto, a vida na zona de conforto pode nos impedir de realizar mais do que pensávamos poder. Ela nos impede de descobrir que temos uma capacidade maior do que imaginávamos, porque nos recusamos a nos projetar para além do que já conhecemos. A zona de conforto evita que exploremos novas ideias, bloqueia perguntas e inibe a tomada de decisões.
A escolha por permanecer na zona de conforto significa desistir do processo de desenvolvimento, bem como das oportunidades para crescimento. Seria o mesmo que atrofiar a vida profissional de uma pessoa. Os anos passam sem desafios, e uma vida estagnada se torna empobrecida. Escapar da zona de conforto leva à descoberta de novas oportunidades e potenciais, à conquista de maior confiança, aumento da criatividade e até mesmo uma renovação da vontade de viver.
As Escrituras apresentam inúmeros exemplos de pessoas que pareciam bem confortáveis onde estavam, fazendo o que faziam. Mas Deus tinha planos maiores e melhores para elas. Para cumprir esses planos Ele precisava forçá-las a sair de suas zonas de conforto. Aqui estão algumas delas:
O desafio de Abraão. Deus desafiou Abraão: “… deixa a tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei” para ir para uma terra que Ele iria mostrar-lhe (Gênesis 12:1-3). A despeito da fabulosa promessa de que ele se tornaria “pai de uma grande nação” aquilo era um tremendo ataque à zona de conforto de Abraão. A palavra “deixe” em hebraico é “lech-lecha” – jogo com uma palavra composta de dois termos quase idênticos. O primeiro termo significa “ir”, e o segundo, “para si mesmo”. Isso significava a partida de Abraão de sua terra natal com o desafio de ir em busca de sua autêntica identidade.
O imenso projeto da Terra Prometida. Para Israel, um povo acostumado à mesmice de quatro séculos de rotina, a instrução de Deus para partirem em busca da Terra Prometida deve ter sido um abanão assustador na zona de conforto da nação. Grandes líderes foram levantados por Deus e eles os guiaram com precisão durante o processo que conhecemos como o “êxodo”. Essa é uma história incomparável de como enfrentar e vencer a zona de conforto.
Explorando o outro lado. Jesus Cristo desafiou Seus discípulos: “…Vamos para o outro lado”. (Marcos 4:35). Eles conheciam muito bem aquele mar. Eles sabiam como navegar nele confortavelmente. Porém, ir para o outro lado era um grande desafio: já era tarde e ir para lá podia ser arriscado. Então, logo depois de partirem, começou uma tremenda tempestade! Sua zona de conforto foi bombardeada. Somente a confiança em Jesus os capacitou a sobreviverem na esfera do desconforto.
A afirmação de Jesus é confortadora: “Vamos…”. Sabe por quê? Porque significa que Ele vai connosco. E saber que Ele está aqui, atravessando para o “outro lado” transforma tudo numa aventura segura, embora divertida!
E o que dizer das palavras de Jesus : “Vinde após mim, e eu farei que sejais pescadores de homens.” Marcos 1:17
Em essência, a promessa que Jesus fez aos seus discípulos também se estende a todos os seus seguidores genuínos, independentemente da época. Através do ministério de cada um daqueles primeiros pescadores de homens, o Evangelho avançou pelo mundo.
Agora, cabe a nós continuar a honrosa tarefa de anunciar as boas novas da salvação em Cristo a todos os povos, tribos, línguas e nações…mas parece que por desconforto estamos falhando neste desiderato …?
Hendriksen observa que ao prometer “vos farei pescadores de homens”, Jesus aprova o testemunho do Antigo Testamento que aponta para a bem-aventurança daqueles que trabalham em prol da obra de Deus.
O escritor de Provérbios diz que o que ganha almas é sábio (Provérbios 11:30). O profeta Daniel escreve que “os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que a muitos ensinam a justiça, resplandecerão como as estrelas sempre e eternamente” (Daniel 12:3).
Diante dessa realidade podemos entender a declaração do apóstolo Paulo ao dizer: “Fiz de tudo para com todos, a fim de que, de um modo ou de outro, eu possa salvar alguns” (1 Coríntios 9:22).