{ reflexão semanal }

Newsletter nº28/2025

EVITAR A ARMADILHA DA DEPENDÊNCIA

por Ken Korkow

É muito triste — e prejudicial — que os pais, as empresas e até mesmo as instituições governamentais não consigam — ou recusem — seguir princípios bíblicos saudáveis, testados ao longo do tempo.

Os pais continuam a sustentar os seus filhos muito depois de se tornarem adultos, seja porque os jovens se sobreendividaram ou simplesmente porque lhes falta motivação para mudar de casa e descobrir os desafios e as frustrações — mas também as recompensas — de aprender a viver de forma independente.

Algumas empresas, talvez em nome da compaixão ou da simpatia, mantêm consigo funcionários improdutivos e desmotivados, temendo que despedi-los possa trazer-lhes aflições ou fazer com que lhes seja difícil cumprir as suas obrigações financeiras e sustentar as suas famílias.

Recentemente, tive de dispensar um homem com quem tinha assinado um contrato para realizar um trabalho de construção muito necessário na nossa herdade para veteranos militares deficientes ou feridos em combate. O trabalho não era pequeno — custava mais de 70 mil dólares — mas, por três vezes, o homem não apareceu para fazer o trabalho que tinha prometido. Contratámos outra empresa e o trabalho já foi feito. Embora aquele empreiteiro me tenha explicado, mais tarde, alguns dos problemas que estava a enfrentar na altura, eu, ainda assim, tinha trabalho que precisava de ser feito — e ele não tinha conseguido honrar o compromisso.

Os governos são conhecidos por criar dependência entre os seus governados. Dou apenas um exemplo: o Programa dos Vales Alimentares nos Estados Unidos, gerido pelo Departamento de Agricultura, orgulha-se de ter distribuído o maior número de refeições gratuitas e de vales alimentares de sempre — a mais de 46 milhões de pessoas.

Entretanto, o Serviço Nacional de Parques, dirigido pelo Departamento do Interior, pede aos visitantes dos parques nacionais o seguinte: «Por favor, não alimente os animais.» Dizem que implementam esta política porque, caso contrário, «os animais tornar-se-ão dependentes dos alimentos dados e não aprenderão a cuidar de si mesmos».

Sou completamente a favor de se ajudar as pessoas que tenham necessidades legítimas, e a Bíblia afirma a importância de se fazer isto. Ezequiel 16:49, por exemplo, faz uma constatação surpreendente: «Eis que esta foi a maldade de Sodoma, a tua irmã: soberba, fartura de pão, e abundância de ociosidade teve ela e as suas filhas; mas nunca esforçou a mão do pobre e do necessitado.»

Somos chamados a ajudar aqueles que vemos que precisam de ajuda, mas as Escrituras também nos alertam contra o acto de ajudar as pessoas de forma a criar dependência permanente. O apóstolo Paulo, ao abordar um problema de inércia entre os que faziam parte da antiga igreja de Tessalónica, fez a seguinte admoestação: «Porque, quando ainda estávamos convosco, vos mandámos isto: que, se alguém não quiser trabalhar, não coma, também.» (II Tessalonicenses 3:10).

É interessante que foi apresentada uma proibição semelhante pelo líder russo Vladimir Lenin como um princípio necessário sob o regime socialista, a qual foi incluída na Constituição Russa de 1918. O objectivo de Lenin não era promover o cristianismo e a confiança na Bíblia, mas até ele reconheceu a validade deste preceito económico.

Na qualidade de líderes empresários e profissionais, devemos ser sensíveis e atenciosos para com as necessidades das pessoas que trabalham para nós e connosco. Mas somos injustos para com elas se lhes permitimos que façam menos do que um trabalho aceitável. Como Provérbios 16:26 salienta: «O trabalhador trabalha para si mesmo, porque a sua boca o instiga.»

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“Porque, quando ainda estávamos convosco, vos mandámos isto: que, se alguém não quiser trabalhar, não coma, também” II Tessalonicenses 3:10

Reflexões da Semana é um serviço da ASPEC – Associação de Profissionais e Empresários Cristãos, em colaboração com “CBMC International”. Para mais informações não hesite em contactar-nos.