Há uma doença que aflige o mercado de trabalho à qual se dá pouca atenção, mas que é devastadora. Esta «doença» é a bisbilhotice, a prática de repetir informação depreciativa, aviltante e geralmente enganosa acerca de outras pessoas. É algo que destrói relacionamentos, prejudica o moral dos funcionários e pode envenenar qualquer ambiente de trabalho.
A coscuvilhice era um desporto para a Jennifer, uma das minhas funcionárias no início da minha carreira empresarial. Nas minhas reuniões com ela, quando surgiam nomes de outras pessoas, ela tinha por hábito referir alguma coisa negativa que, segundo ela, aquela pessoa teria dito a meu respeito. Vários dos meus relacionamentos se tornaram tensos devido à sua alcoviteirice. Depois de ela ter sido despedida, descobri que muitos dos seus comentários não passavam de mentiras ditas com a intenção de melhorar a sua imagem.
Há muito tempo que tenho apreciado a sabedoria de Efésios 4:29, onde o apóstolo Paulo apresenta a seguinte instrução: «Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem.» Apresento quatro perspectivas, desta passagem e de outras, para nos ajudar a evitar a bisbilhotice:
A primeira é sobre o conceito da «palavra torpe». Há algum tempo, participei numa entrevista de rádio cujo apresentador era uma pessoa que eu não conhecia. Logo depois, um amigo perguntou-me como correra a entrevista. Comecei a criticar o estilo do entrevistador. Mais tarde, o Espírito de Deus convenceu-me que os meus comentários não eram salutares, mas sim potencialmente dolorosos, podendo minar a credibilidade do apresentador. Comprometi-me a guardar a minha língua no futuro.
Parar a alcoviteirice no local de trabalho começa por tomarmos a decisão de impedir que a língua profira palavras torpes. Como nos ensina Provérbios 21:23: «O que guarda a sua boca e a sua língua, guarda das angústias a sua alma.»
A segunda perspectiva envolve a «edificação» — usar as nossas palavras para levantar o ânimo das pessoas, e não para diminuí-las com comentários negativos. Recentemente, um grande amigo perguntou-me se eu conhecia um certo Sr. Mills, dos meus tempos de Técnico Oficial de Contas. Lembrei-me de que o Sr. Mills me contratara assim que saí da faculdade. O que mais me marcou nele foi a forma como me estimulou e me deu segurança, chegando mesmo a persuadir-me a fazer com entusiasmo coisas pelas quais eu não tinha nenhum interesse.
Como nos ensina Romanos 15:2: «Portanto, cada um de nós agrade ao seu próximo, no que é bom para edificação.» Se deseja guardar-se da coscuvilhice, treine-se a edificar as pessoas, e não a derrubá-las.
A terceira perspectiva é: «só as palavras necessárias». Há alguns anos, estive na direcção de uma nova escola. Um dia, um encarregado de educação irritado telefonou-nos depois de ouvir rumores sobre a liderança da escola. Descobrimos que a fonte dos rumores era uma mãe alcoviteira que exagerava desproporcionalmente as histórias que contava.
Tiago 3:8 constata sabiamente: «Mas nenhum homem pode domar a língua. É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal.» Para se proteger contra a bisbilhotice e contra as palavras prejudiciais, diga apenas o que é necessário em cada momento.
A perspectiva final diz respeito à «graça». Uma vez, o operador de caixa que estava a registar as nossas compras estava a usar palavras insidiosas e ofensivas contra a Kathy, a minha esposa. Quando ela lhe indicou a ofensa que ele lhe tinha dito, foi tratada com indiferença, pelo que insistiu para que o funcionário reconhecesse o seu comportamento impróprio. Contudo, ao chegar a casa, a Kathy disse: «Preciso de voltar à loja e pedir desculpa ao operador de caixa.» Ela, realmente, regressou e trouxe graça a uma situação tensa.
Como nos diz Colossenses 4:6: «A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um.» Temperar o nosso discurso com graça impede os ressentimentos e previne a coscuvilhice.