{ reflexão semanal }

Newsletter nº27/2022

OS ABUNDANTES BENEFÍCIOS DO QUEBRANTAMENTO

por Robert J. Tamasy

No mundo empresarial e profissional, admiramos líderes fortes e ousados. Os accionistas das empresas procuram geralmente indivíduos orgulhosos e assertivos para liderarem as suas organizações, cuja coragem, cuja confiança ecuja determinação pareçam inabaláveis. No Sermão do Monte, Jesus Cristo declarou: «Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra.» (Mateus 5:5).

Ironicamente, o quebrantamento é uma qualidade que geralmente ajuda a moldar o carácter dos líderes fortes — pessoas que passaram por grande adversidade, fracasso e desencorajamento, mas que perseveraram para ultrapassar tais dificuldades e saírem delas mais resilientes e mais humildes. Porque é que o quebrantamento é um «activo» assim tão vantajoso? Porque ajuda homens e mulheres a liderar com compaixão, sensibilidade e compreensão. Fá-los ganhar noção das suas próprias fraquezas e limitações, o que lhes permite aprender a confiar nos membros da equipa que se tenham reunido ao seu redor.

Durante os meus primeiros anos enquanto editor do jornal de uma pequena comunidade, eu era essencialmente uma banda de um homem só: fazia a maior parte da redacção, da reportagem, da fotografia, da edição e do design de cada edição. Reportava a um director, mas fazia a maior parte do trabalho editorial por mim próprio, incluindo a tomada de decisão. Era uma tarefa cansativa e, muitas vezes, assustadora. Como resultado, cometi mais do que a minha quota-parte de erros.

Numa fase posterior da minha carreira jornalística, já contava com uma equipa editorial completa e já podia confiar nas habilidades e na experiência dos outros repórteres e editores, delegando-lhes responsabilidades. Foi um grande alívio colaborar com outras pessoas e partilhar ideias para criar o melhor produto possível.

Durante grande parte do seu reinado, o rei David, de Israel, também trabalhou sozinho. O povo tinha-o em elevada consideração, lembrando-se das suas muitas proezas em tempo de guerra. Ele tinha conselheiros, mas confiava geralmente no seu próprio julgamento — às vezes, em seu próprio prejuízo. O seu sucesso, ao que parece, subiu-lhe à cabeça.

Em II Samuel 11, encontramos David, que permanecera em Jerusalém enquanto o seu exército e os seus líderes militares tinham partido para a guerra. Ele viu uma mulher deslumbrante, Batseba, a tomar banho num terraço próximo, e pensou que um rei como ele tinha o direito régio de satisfazer o seu desejo sexual por ela, o que levou a uma série de consequências terríveis.

Só mais tarde, quando foi confrontado pelo profeta Natan, é que David confessou a sua transgressão e se voltou para Deus para lhe pedir perdão. Do arrependimento de David surgiu um poderoso salmo em que ele reconhece abertamente o seu erro e pede ao Senhor que o restaure.

Depois de orar: «Apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias. Lava-me, completamente, da minha iniquidade, e purifica-me do meu pecado.» (Salmos 51:1-2), David fez um pedido comovente: «Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova em mim um espírito recto. Não me lances fora da tua presença e não retires de mim o teu Espírito Santo. Torna a dar-me a alegria da tua salvação e sustém-me com um espírito voluntário.» (Salmos 51:10-12).

David concluiu: «Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus.» (Salmos 51:17). No nosso trabalho para o Senhor, os nossos corações quebrantados e contritos também Lhe podem ser agradáveis. E, como resultado disso, podem tornar-nos líderes melhores e mais eficazes.

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“Bem-aventurados os mansos , porque eles herdarão a terra” Mateus 5:5

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