Já reparou quantas coisas funcionais vêm aos pares? Uma bicicleta, por exemplo, não apenas possui duas rodas e pneus, mas também dois pedais. Pode imaginar como seria participar de uma competição de bicicletas contando com um só pedal? As aeronaves podem voar com um só motor, mas se uma asa cair, o desastre é certo.
Muitas partes do corpo humano que usamos vêm efetivamente aos pares. Nós podemos ver com apenas um olho, mas dois olhos nos dão uma perceção mais ampla. Levantar itens pesados é extremamente difícil com apenas um braço, e, se quiser aplaudir silenciosamente, tente fazê-lo com uma só mão. Se correr os cem metros rasos usando um só pé, as suas chances de vencer não são lá muito boas.
Não precisamos de pensar muito para chegar à conclusão de como o princípio do “é melhor serem dois” se aplica ao mundo profissional e empresarial. Para aprender várias competências, a abordagem do “mestre e aprendiz” tem provado ser historicamente eficiente. Mais comum nos dias atuais, muitas empresas e organizações utilizam a estratégia do mentor e mentorado para treinar e equipar jovens talentos promissores.
Os empresários podem preferir os seus próprios chefes, mas se forem sábios, irão procurar um conselheiro de confiança na hora de tomar decisões importantes. Devido ao facto de todos nós termos pontos cegos que podem afetar a nossa vida de forma adversa, podemos beneficiar se contarmos com um ou mais parceiros a quem prestemos contas – amigos confiáveis que se importem connosco o bastante para fazer-nos perguntas desafiadoras e difíceis quando necessário.
Tenho ficado impressionado com quantas vezes as Escrituras afirmam a importância de serem dois. Isso começa no início, no primeiro livro da Bíblia, onde Deus declara: “…Não é bom que o homem esteja só…” (Gênesis 2:18). Moisés e Arão foram usados para libertar os israelitas de 400 anos de escravidão no Egito. O profeta Elias treinou o seu sucessor, Eliseu, através do qual Deus realizou ainda maiores milagres. Antes de se tornar rei de Israel, David beneficiou grandemente da amizade com Jónatas, filho do rei Saul.
Esse princípio continua no Novo Testamento. Jesus Cristo enviou os Seus discípulos de dois em dois em viagens missionárias como parte do seu treino. Então, depois da sua conversão dramática passando de perseguidor dos cristãos a seguidor de Jesus, Saulo (mais tarde nomeado Paulo), foi favorecido e mentoreado por Barnabé. Então Paulo investiu individualmente na vida de homens como Silas, Timóteo e Tito. Aqui estão algumas verdades bíblicas acerca de serem dois:
Dois podem provocar a fricção necessária. Como escritor e editor, frequentemente descobri que trabalhar com outras pessoas aguçou o meu foco e melhorou o produto final, quer fosse um jornal, revista ou livro. “Assim como o ferro afia o ferro, o homem afia o seu companheiro.” (Provérbios 27:17).
Dois podem prover a ajuda necessária. Na vida e no trabalho, haverá momentos em que iremos tropeçar. Ter alguém que possa oferecer uma mão de ajuda é uma grande vantagem. “É melhor ter companhia do que estar sozinho, porque maior é a recompensa do trabalho de duas pessoas. Se um caír, o amigo pode ajudar a levantar-se. Mas pobre do homem que cai e não tem quem o ajude a levantar-se!” (Eclesiastes 4:9-10).
Dois podem proporcionar conselho decisivo. No nosso entusiasmo – ou tolice – podemos ser tentados a adotar ações apressadas e pouco sábias. Contar com um conselheiro de confiança (ou mais do que um) pode ajudar a evitar decisões desastrosas. “Ouça conselhos e aceite instruções, e acabará sendo sábio.”(Provérbios 19:20).
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