{ reflexão semanal }

Newsletter nº16/2022

INICIAR UM NEGÓCIO À MANEIRA DE DEUS

por Rick Boxx

Sem contar com os cartões de felicitações, os raspadores de gelo e os jornais que vendi quando era criança, o primeiro negócio que iniciei foi uma agência de aluguer de carros. Depois de liquidar esta actividade, comprometi-me a nunca mais lançar uma nova start-up. Isto aconteceu quando comecei a aprender que, se quiser fazer com que Deus se ria, deve contar-Lhe os seus planos — os d’Ele serão muito diferentes dos seus. É que, desde aquela altura, já participei em pelo menos sete start-ups!

Visto que aqueles que observam as tendências de mercado relatam que já bastante mais de um milhão de negócios foram iniciados desde que a pandemia da COVID começou, parece adequado escrever uma «Reflexão Semanal» a analisar o que a Bíblia ensina sobre «Iniciar um negócio à maneira de Deus».

O primeiro princípio a ser lembrado ao iniciar um negócio é: siga a chamada e a orientação de Deus em vez dos seus próprios planos. A partir daí, aja em conformidade. Como nos ensina Provérbios 19:21: «Muitos propósitos há no coração do homem, mas o conselho do Senhor permanecerá.»

Quando eu tinha 25 anos, deixei o mundo da contabilidade e tive dificuldade em determinar o que queria fazer a seguir. Li acerca de um novo conceito chamado «Rent-a-Wreck» (aluguer de carros usados). A ideia parecia inovadora, pelo que decidi abrir a minha própria agência deste tipo. Nunca me ocorreu procurar a direcção de Deus para Lhe perguntar se Ele achava boa ideia.

Em retrospectiva, vejo que o meu único objectivo, na verdade, era ganhar rios de dinheiro. Eu não tinha qualquer conhecimento ou paixão pelo aluguer de carros, nem uma resposta legítima para a pergunta — que constitui o segundo princípio — «Porque é que este negócio deve existir?» Provérbios 20:5 ensina: «Como águas profundas é o conselho no coração do homem; mas o homem de inteligência o tirará para fora.» Se está a pensar em iniciar um negócio, considere o seguinte: «Porque é que este negócio deve existir?» Se a única resposta for ganhar dinheiro, procure um propósito melhor para a sua carreira.

Depois de o meu filho ter sido diagnosticado com autismo, um grupo de pais e eu decidimos abrir uma escola para crianças com necessidades especiais. Alguns profissionais aconselharam-nos, dizendo que poderíamos abrir uma escola para crianças com dificuldades de aprendizagem ou com autismo, mas que não conseguiríamos servir ambos os grupos.

Na qualidade de pais, recusámo-nos a aceitar aquela conclusão. Passaram-se diversos meses até que finalmente concluímos que os profissionais tinham razão e que não conseguíamos fazer ambas as coisas com eficácia. Descobrimos o terceiro princípio: ao iniciar um negócio, decida quem será alvo do seu serviço. Sendo assim, estabelecemos uma escola para crianças com dificuldades de aprendizagem, ainda que muitos dos nossos filhos nunca pudessem frequentá-la. Aquela escola, desde então, já ajudou mais de 1000 crianças.

Mateus 6:24 ensina: «Ninguém pode servir a dois senhores; porque, ou há-de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro […]» O seu negócio precisa de um público-alvo específico. A falta de um foco empresarial definido com clareza pode conduzi-lo a que se vá em demasiadas direcções diferentes, deixando de servir adequadamente qualquer dos clientes desejados.

O quarto princípio que eu sugeriria é: «O que é que vai oferecer aos seus clientes que ninguém mais ofereça?»

Um amigo descrevia-me o modo como via o seu nicho de mercado: oferecer planos de pensões para organizações cristãs. A sua firma especializou-se em desenvolver, para os seus clientes, opções de investimento que excluíssem quaisquer oportunidades de investimento não alinhadas com os valores bíblicos. Pegou num produto de que muitas companhias precisam e adicionou-lhe opções de investimento biblicamente responsáveis que muitos cristãos prefeririam.

Romanos 12:6 ensina: «De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada […]», cada um de nós deve exercê-los em conformidade. Tal como Deus lhe deu a si dons únicos, também tem para si um plano único para o seu negócio. Identifique quais são esses dons e use-os para criar um nicho para o seu negócio.

Quando estava no sector bancário, conheci centenas de empresários. Quando lhes perguntava de quanto precisavam para financiar um novo negócio, não era invulgar ouvi-los responder: «Quanto é que me dá?» Isto, normalmente, significava que eles, ou não tinham plano nenhum, ou não tinham despendido o tempo necessário para formular um plano de negócios completo.

O Kent, porém, era diferente. Sabia exactamente quanto iria custar construir a sua empresa do sector industrial, quando é que iria contratar funcionários e quanto é que queria de empréstimo. O plano dele deixou-me, enquanto credor, confiante de que ele poderia ter sucesso — e teve.

Provérbios 21:5 ensina: «Os pensamentos do diligente tendem à abundância, mas os de todo o apressado tão-somente à pobreza.» Isto leva-nos ao quinto princípio: se está a iniciar um novo negócio, desenvolva um plano que responda à pergunta: «Como é que vai financiar, dotar de pessoal, construir e sustentar a sua ideia?»

Pela minha experiência, a paciência não parece ser uma virtude de muitos dos aspirantes a empresário. Assim que têm uma ideia para lançar um novo negócio, geralmente querem começar hoje mesmo, mesmo que não tenham procurado identificar o momento mais propício para iniciar o empreendimento nem tenham ainda assegurado o financiamento necessário para garantir que conseguem chegar a gerar lucros.

Às vezes, Deus dá-nos uma ideia antecipadamente para que possamos poupar e preparar-nos para iniciar um negócio no futuro. Quando tentamos ir por atalhos neste processo, isso resulta geralmente numa empresa sub-financiada ou numa instalação definitiva num local pouco desejável. Lamentações 3:25 afirma a sabedoria que há em esperar pacientemente em Deus, tanto por causa do Seu momento perfeito como da Sua provisão suficiente. Diz-nos o texto: «Bom é o Senhor para os que se atêm a ele, para a alma que o busca

Ao iniciar um novo negócio, siga o sexto princípio: prepare-se para responder à pergunta: «Quando e onde é que isto vai acontecer?» Tenha cuidado para não se adiantar a Deus neste processo. Isto permitir-lhe-á evitar um risco considerável, para si e para a sua start-up.

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“Os pensamentos do diligente tendem à abundância, mas os de todo o apressado tão-somente à pobreza.” Provérbios 21:5

Reflexões da Semana é um serviço da ASPEC – Associação de Profissionais e Empresários Cristãos, em colaboração com “CBMC International”. Para mais informações não hesite em contactar-nos.