Houve um tempo em que um simples aperto de mão valia tanto como um acordo contratual assinado entre duas ou mais pessoas. Em grande medida, esses dias já se foram há muito, muito tempo. Com efeito, até mesmo contratos assinados são frequentemente rompidos e contestados mais do que aquilo que poderíamos imaginar.
Como resultado, no mercado de trabalho do século XXI, temos de lidar com uma crescente falta de confiança em geral, tanto na vida profissional como na vida pessoal. Ao longo dos meus mais de 50 anos de experiência profissional nos negócios, tenho visto uma mudança dramática na forma como são vistos os acordos e as interacções pessoais e profissionais.
A confiança total demora tempo. Não existem atalhos para a construção e manutenção da confiança; portanto, eu acredito que devemos voltar aos princípios que nos são apresentados no Livro dos livros, a Bíblia, em que eu confio completamente. Ela ensina-nos a preocupar-nos com o bem-estar das outras pessoas, bem como com os nossos próprios interesses.
Durante a minha carreira na área de seguros, ganhei noção, em primeira mão, do valor de procurar uma abordagem win-win — ou seja, uma solução em que ambas as partes saem a ganhar — em todas as minhas transacções comerciais. Participar em equipas desportivas no início da minha vida ajudou-me a desenvolver esses pensamentos conceptualmente. No entanto, o maior impacto veio do acto de aprender, compreender e seguir os preceitos que se encontram na Palavra de Deus.
O profeta Isaías teve uma boa compreensão do conceito de confiança há quase 3000 anos. As palavras eternas do Livro de Isaías no Antigo Testamento permanecem verdadeiras ainda hoje. Isaías 2:22 adverte: «Deixai-vos, pois, do Homem, cujo fôlego está no seu nariz; porque em que deve ele ser estimado?» Isto resume o motivo de a confiança total demorar tempo. O problema da Humanidade é o pecado, incluindo a tendência universal para nos focarmos em nós mesmos. Depois, em Isaías 12:2, vemos o contraste: «Eis que Deus é a minha salvação; eu confiarei, e não temerei, porque o Senhor Deus é a minha força e o meu cântico, e se tornou a minha salvação!» Nada era mais importante para o profeta do século VIII a.C. do que o Deus Todo-Poderoso.
«Onde coloca a sua confiança?» Não digo que ninguém mereça a nossa confiança, mas sim que precisamos de ter cautela quanto às pessoas a quem a damos — incluindo a nós mesmos — e considerar os motivos pessoais. Fora de uma vida entregue a Deus e ao Seu controlo, podemos acabar por descobrir que não somos completamente fiáveis, ou até que nem sequer somos capazes de confiar nos nossos pensamentos e nas nossas acções.
Mesmo que tenhamos um relacionamento correcto com o nosso Pai Celeste, ainda precisamos de lidar com a nossa natureza pecaminosa — a que algumas traduções da Bíblia chamam «a carne» — pelo tempo em que estivermos neste planeta. Como é que podemos aprender a ser mais fiáveis e a confiar mais nas outras pessoas? Para mim, tenho achado útil rodear-me de um pequeno grupo de homens piedosos que tenham demonstrado, ao longo do tempo, que posso confiar neles para obter ajuda e aconselhamento ao ponderar decisões importantes na vida. Também tenho aprendido a confiar na sabedoria e na percepção da minha esposa para lidar com muitas decisões pessoais.
Um dos meus versículos favoritos das Escrituras fala sobre a questão da fiabilidade. Em Salmos 20:7, o Rei David, de Israel, declara: «Uns confiam em carros e outros em cavalos, mas nós faremos menção do nome do Senhor, nosso Deus.» Eis onde tenho depositado a minha confiança há vários anos, e Deus nunca me abandonou. Se ainda não o fez, por favor considere colocar a sua confiança no Senhor, que que vê, conhece e controla tudo o que existe. Ele tem lidado com a Sua criação desde o princípio — e tem-no feito muito bem.